RESIDÊNCIAS PARA CRIAÇÃO CÊNICA

O Levante! – Encontro de Mulheres para Criação Cênica em Residência foi contemplado pela Funarte através do Programa Iberescena.

As residências acontecerão dias 10, 12, 13 e 14 de setembro de 2019, de 9hs às 12hs.
E dia 15 haverá a mostra de resultados aberta ao público.

Este projeto é um laboratório para começar a explorar as respostas individuais e colectivas para a palavra “enterrado”. Enterradas memórias, segredos enterrados, erros enterrados, corpos enterrados, dor enterrada, provas enterrada, tesouro enterrado. O trabalho assumirá o conjunto das respostas individuais das artistas/participantes para esta palavra. Pode ser uma celebração do que acontece quando enterramos sementes no solo. Ou uma reflexão sobre o enterro e preservação de antiguidades sob a lava. Também pode ser uma resposta para as recentes catástrofes trágicas que ocorreram na região, onde uma homenagem precisa ser prestada – o que quer que incendeie a imaginação das artistas/criadoras.

As artista/participantes deverão fazer uma pesquisa e reflexão sobre o tema “enterrado” e deve reunir e trazer para 1o dia imagens/textos/objetos/ideias possíveis que podem querer trabalhar.

Cada artista/participante terá uma pilha de terra (50-100 litros cada) e uma cadeira – o desenvolvimento criativo destes dois elementos, e os materiais que as artistas reuniram individualmente serão dirigidos durante a semana.

A residência propõe investigar as relações dos corpos inseridos nos contextos culturais onde estão ou provém. O corpo território político. O corpo território simbólico. Quantos são esses territórios? O corpo com seus fluidos biológicos. O corpo no limite. O corpo-ponte que se liga e que sente. O corpo-fronteira que separa ou exclui.

As participantes utilizarão seus corpos como território de criação e desenvolverão ações a partir de suas complexidades pessoais de memória, identidade e sentido social individual de raça, gênero e sexualidade. 

Alguns dos parâmetros experimentados na residência serão: 

  • O Corpo (exercícios práticos de presença e energia interna); 
  • O Espaço (relação com o entorno, intervenção de espaços públicos e privados); 
  • O Tempo (real, ficcional e ritual); 
  • A Ação (criação in situ, reação, estímulos reais e fictícios, e manipulação do acaso); 
  • Relação com outros corpos (corpos de outros artistas em cena, interação com o público ou com os corpos inanimados de objetos, por exemplo).

A residência propõe um processo criativo onde cada participante desenvolva uma proposta artística da construção (e desconstrução) de uma cartografia pessoal, que irá funcionar em possibilidades de mapeamento interno e externo:

  • eu (território biológico, mental, emocional, pessoal)
  • Pele (limite, textura, o que é visível)
  • Contexto (outro, diferente território vivo)
  • Mapeamento social, político, emocional, sensorial, linguístico, biológico, histórico.

O corpus narrativo terá a forma de arte final que cada participante considerar (dramaturgia, coreografia, cena, performance, audiovisual).

O procedimento de trabalho se dará em várias etapas:

Duas semanas antes do início da residência será compartilhado material bibliográfico, leituras e vários materiais que permitem uma introdução ao assunto. Uma semana antes da partida será dada uma premissa de trabalho para que cada participante possa desenvolver.

Começando a residência haverão exercícios que permitem que as artistas desenvolvam um projeto criativo que será compartilhado para o público no final da residência.

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